Como eu podia não escrever sobre Os Girassóis? Parece que esse livro me deu até um novo ritmo de escolha, sequência e leitura - e não sei, tudo talvez - de livros.

 O livro é doce e sensível, uma leitura leve e gostosa, despretensiosa... Se fosse cem por cento uma ficção,

eu acharia quase insípido, para não dizer inútil. Mas como é baseado nas entrelinhas (e claro, nas linhas nunca

escritas) da vida de Vincent Van Gogh, entrelaçadas e apresentadas por Rachel, eu adorei (amei?, não sei).

 Rachel é uma prostituta em Arles (França e seus francos de novo! - que aliás, equivalem a R$0,34 ou R$0,50, pelo o que pesquisei), que é tão inocente e inconsciente que é quase irônico (talvez até uma falha de descrição de caráter de Sheramy Bundrick?). Cortando o blábláblá, porque isso não é uma resenha propriamente dita, o fim é lindo, a história dos dois é tão triste e quanto injusta, cheia de personagens posicionados nos lugares errados, e com as propensões e decisões erradas. Inevitável.

 Eu estava meio off quando surgiu a carta em que Théodore Van Gogh contou da morte do irmão, então me chocou duplamente. Achei muito, muito triste essa parte em particular. Achei que iria chorar, mas novamente, quem se entende? Me assusto muito com isso.

 Mas enfim, quero só achar uma pintura aqui pra fechar, porque até os próprios Girassóis foram interessantes.

A Jú me contou que todos acham que é muito (quase) romântico aquilo de que ele tá sempre virado para o sol, mas que na verdade é só um processo necessário pra sobrevivência/metabolismo dele. E todos pensando que os girassóis eram tão dependentes filosoficamente do sol quanto os corações de sentimentos...