Monday, 22 November 2010
19:00
FINAL POST
...para o ano letivo!

Todo um ano letivo. Mais ou menos 180 dias, dos quais 000 registrados aqui. Foram escassos, eu sei; eu deveria ter relatado mais os dias de aulas, mas também fiz muitos posts só pelo propósito do blog: comunicar. Mas esse ano também foi uma caixinha de surpresas. Uma carga horária quase abusiva, meu novo nível de entrosamento com a classe, com o Gustavo, o estágio e os passeios da escola. Roller Coaster sem fim.
Na verdade, encontrou um fim.
Aqui.
O início do ano foi também o início das postagens. Na volta de ônibus, me deu aquela vontade, animação inexplicável, excitação vinda das pequenas coisas. Caracteriza-me muito, vamos combinar. Eu queria escrever, mas sabia que diários de papel eram tentativas vãs ultimamente. Eu teria que ter algo que me motivasse a escrever. E como eu passo tanto tempo aqui na frente desse computador...bom,  o resto é história, e história registrada aqui.
Mas o primeiro dia de aula é o que eu quero aqui. Lembro dele, tão bem quanto lembro do primeiro dia de aula do primeiro ano do ensino médio.  Me arrumei, meio sorrindo pela sensação de familiaridade, com aquele padrão que iria se formar novamente, encontrando aquele menino novo no ponto (aqui, primeiras sparks da mudança: fui de cabelo solto, arrumada e me interessei pelo Daniel!). A espera, e já que Roberto não foi no primeiro dia desse ano, esperei sozinha, as novidades (colegas e ex-colegas que passaram e não passaram de ano, os professores que não estavam mais dando aula, banheiro novo!), a primeira aula (Geografia com a Zenir). Diversos detalhes.
Depois, aos poucos, aquela minha sensaçãozinha escrava, de que o ano não tinha começado, e não começaria até que eu estivesse usando uniforme, almoçando em casa para fazer o resto de algum trabalho e voltando pra escola de novo e digerindo no meio do caminho enquanto estudava para algum prova à tarde... Tudo isso bem a carinha do meu ano. Amo isso!
Eu estou seriamente cansada, mereço muito essas férias. Todos merecem naquela sala, vamos dizer. Acho que todos vão passar de ano, o que é bom – porque a sala pode quase sumir, de tão pequena que ficou esse ano! Mas serviu para deixar todo mundo mais próximo. Fiz pelo menos algum trabalho com quase todos, fiz vários com a Amanda, o Edgard, a Aícha, a Alessandra...
E o Roberto? Quando eu penso que a nossa amizade não pode significar mais pra mim, nós sempre acabamos achando mais coisas em comum, ou criando novas pontes. Ele aceitando sempre as minhas falhas, meu mau humor insuportável – mas não pra ele -, minha preguiça (que ele toma como dele sempre que pode), meu desleixo, contrapondo com a mania de organização dele. Nessas últimas semanas, então! Uma série de “Ah, eu estudo com a apostila do Beto” e  “Bom, se o Beto não me avisou, não faço”, e com certeza muitos “Aaahhhh, Beto-old, eu não venho pra aula amanhã, tá... Não vem também!”
E antes tarde do que nunca, Gustavo. Foram dois meses, e quase nem nos reconhecemos mais na escola, mas como ele foi importante! Não tanto para fazer mudanças ocorrerem, mas pra me fazer ver que elas ocorriam. Ainda o garoto mais bonito, lindo, daquela escola para mim, mas pena que eu seja completamente errada para ele.
   Apenas se é tímido na medida em que se é visto, mas só se é visto na medida em que se vê.
   Só lembro, mais ou menos, dessa série de pensamentos/acontecimentos: entrei no Vila Sto. Antônio, quando eu ainda o pegava com certa regularidade, depois de um tempinho lá dentro, olhei para aquele espaço ao lado do cobrados, preenchido por um menino loiro, com aquele moletom em tons de cinza e de uns olhos claros que, uungh, até hoje eu não entendo aqueles olhos dele! E então eu pensei “C***, acho que ele sempre pega esse ônibus, né? Mas não me lembro dele, ou ele definitivamente não era assim.”
   Mas na hora, foi só aquilo. Mas de alguma forma, aos poucos aquilo se fixou na minha cabeça, e eu via ele de novo nos outros dias, e aqueles olhos dele provocavam, sem dar a mínima pra mim ou qualquer um ao redor dele, como se aquilo fosse só uma hora dos dias horríveis da vida dele. Hoje, agora ou às vezes, eu penso que sobre isso os olhos dele me contavam mais a verdade do que nem ele podia me contar, e que talvez porque nem ele sabia.
   Então, eu demorava horas para me arrumar, em tentativas laboriosas de chamar a atenção dele, e ao mesmo tempo agradar. E em uníssono com essas tentativas, comecei a caçar mais seriamente, e achei o Orkut dele, descobri que ele ainda correspondia bastante da minha fixação – e aí eu já estava perdida. Olhava pra ele, e esperava que ele reconhece algum dos sinais que eu tentava mandar para ele, ou simplesmente olhasse de volta.
    Praticamente nada. E assim o foi, até os dias que eu o vi nos meus últimos acessados, o dia que ele me adicionou, o dia em que eu dei os parabéns pra ele, ele respondeu, e quando eu olhei no outro dia pra ele no ônibus, o único dia que, aparentemente, nossos olhares se encontraram enfim.
   A primeira noite que nós conversamos, até às 4h da manhã, sobre nada e tudo. Eu me readaptando, estranhando, pisando em terreno desconhecido. Novamente, depois disso, o resto é história.
   Mas aqui estou eu. Sem ele, e só às vezes isso me toca no fundo. Mas sei que aconteceu por motivos muito claros, aconteceu para me elucidar de vários assuntos pessoais que eu ignorava e mais do que tudo, aconteceu para me tirar daquela Belle Époque e status quo perfeitamente equilibrados. Quase tudo mentira, mas o principal era que era prejudicial, e eu não conseguia ver.
   Mas aqui estou eu. Agora, pisando em terreno mais incerto ainda! Essa hipótese de ano de dois mil e onze já passou mil vezes pela minha cabeça, mas tenho certeza que nenhum deles vai ser aquilo que dois mil e onze realmente me reserva. O que eu imaginava de dois mil e dez? Não sei, mas tenho certeza que eu não tinha expectativas muito altas, e “fazia tempo” que eu não dizia “que ano bom!”. E dois mil e dez foi, realmente, tão bom! E fica melhor a cada dia, e eu gosto mais dele, de mim, dos outros, de todos a cada dia. Claro que nós sabemos que isso é só demagogia exaltada, mas ainda assim, é bom saber que eu consigo pensar assim, pelo menos por alguns minutos, e ser um pouco daquela, que, às vezes, eu olho para trás e invejo tanto.
   Ser consciente, pôr toda a responsabilidade das suas ações em si mesmo, olhar para você mesmo e fazer todas as perguntas mais escabrosas que quiser saber, e responder. Essas são coisas que parecem ótimas, esclarecidas, mas não o são, ou não só isso. São terríveis, assustadores, te colocam uma carga enorme na consciência, e nem sempre parece ser o melhor ter noção de tudo isso. Claro, o “tudo isso” diz respeito a tudo que eu sei até agora. Ou o que eu penso que sei.
   Mas esse texto está ficando muito sério! Vou até pensar bem em apagar essa parte depois, porque é final de ano, todo um ciclo lindo dando sua volta completa: planeta, vidas, fases, pessoas. Nós somos adaptados, então vamos ver. Eu sei, todo mundo sabe, pelo menos no fundo, que pode enfrentar o que vier e o quequiser, e eu confio que é isso que eu vou continuar a fazer.

   Até a próxima, até a mim.

Leon Sign.

Information

Here is where I'm free. Free to write, free to think. I'm all by myself, all to myself. Only me.­­ ­I can shout my fucks and cry my Oh Gods. Look to my madness or say "who are you?" Today, I fell connected. Tomorrow, maybe not. Maybe I'm too worried with other things, someone is here with me. Maybe inspiration didn't hit me. My most important thoughts (to me) come to me when I'm far away from notepads and notebooks, but close to myself. That's what this is made of.
useful links
Home, sweet home Michaelis Macmillan diccionario real academia española Fanfiction.net Stumbleupon! skoob series download, yep
About
We are all alone, born alone, die alone, and -- in spite of True Romance magazines -- we shall all someday look back on our lives and see that, in spite of our company, we were alone the whole way. I do not say lonely -- at least, not all the time -- but essentially, and finally, alone. This is what makes your self-respect so important, and I don't see how you can respect yourself if you must look in the hearts and minds of others for your happiness. — Hunter S. Thompson

the months passed by...

Credits
(This awesome layout isn't mine. I got if from CREATE BLOG, and made my adjustments.) ------ Layout: tuesdaynight
Resources: 1 2